quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mantra

Nasci e me foi dado um nome.
E, de pequena, deitada em minha cama olhando o teto e vendo o universo,
Brincava de pronunciá-lo sem parar,
Até o fim grudar-se no começo e ele perder seu próprio sentido,
me embalando no som de vai e volta que produzia.

Fui crescendo, aprendi e conheci muito.
Busquei o amor e a felicidade.
E fui me procurando nos homens que amava.

Então, comecei a pronunciar os seus nomes cada vez que sentia minha falta.
Mil vezes pronunciei diferentes nomes.
Buscava a ilusão de não estar só.
De volta, recebia um eco morto.

Hoje, inicio o caminho de retorno.
Revolvo a poeira e timidamente procuro em minhas próprias entranhas.
Ensaio novamente e balbucio meu nome.