terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vida Parida


Meus olhos ardem do pouco dormir.
A vida não para.
A vida urge e atropela.
É bela.
É dura.
É doída.
É cumprida no seu viver.
Meus olhos se querem fechar.
Dormir, descansar.
Por alguns momentos nem sentir, só sonhar.
A água da vida inunda a cidade e traz a morte.
A água da vida escorre sua origem trazendo a vida.
As vezes as barreiras devem ser cortadas, desviadas.
A vida substitui a vida e "o tempo não para".
Viver não é mais que o choro do nascer.
Viver não é menos que a dor de a cada instante morrer.
Morrer é sublime.
Viver é frenético e sublime.
Viver é querer e se reinventar.
Não dormir mas acordar.
Viver é cantar. A dor de vir. A dor de voltar. A dor de passar.
Dormir é se reinventar, para hoje, acordar.

4 comentários:

Claudia Bertholdo disse...

Lindo Marie!
Tem a cadência de uma vida que corre, que acontece. E por isso mesmo, deve ser vivida, buscada, sonhada...aproveitada!!
bjos
boa semana!
Claudia

Juliana Vermelho Martins disse...

Que todas as suas madrugadas insones sejam tão profícuas!
Vi um monte de coisas nesse poema... Acho que vi um monte de vida!

bjs

Silvestre Gavinha disse...

Brigadinha pelo comentário e a permissão.
É verdade, tem muuuitta coisa lá mesmo.
Mas pelo que vi consegui, ainda, passar uma coisa positiva, o que me diz que me mantenho na superfície sem me deixar afundar.... Será extrema consciência da necessidade do sopro, da noção do espírito da vida em si, com sua eterna espiral, ou alienação absurda

Beijo
Marie

Bípede Falante disse...

Marie, até que enfim, vou conseguir postar um comentário por aqui. O seu blog não me deixava entrar. Aparecia uma outra janelinha indiferente às minhas intenções. Fiquei bastante contente de ver posts por aqui e gostei muito do que li. Também acredito nessa inundação sem fim da vida e de vida.