Era uma casa pequenina, e um grande quintal onde os bois dos vizinhos entravam sem pedir.
Os meninos vinham em seu rastro e juntos comíamos pitangas, encarapitados na cerca do vizinho argentino que nunca estava.
Nos finais de tarde o vento cantava ao ritmo dos eucaliptos e os sapos faziam coro com sua lavra de bigorna, e seus ois de torcida.
Os grilos eram gentis e no verão as cigarras anunciavam o caminho dos Araçás.
A Lagoa, impassível espelho do passar miúdo de nossas vidas.
E pela manhã o céu fazia rubros degraus para a saída triunfal da Estrela Dalva.
Nesse ninho de intervalo, do lado de lá da Ponte e do Morro, nasceu André.
Meu Escorpião de Jade.
Meu encantador de planetas.
Meu cantor de histórias a completar.
Meu outubro glorioso.
O início de minha trilha de Terra Mãe.
10 comentários:
Que lindos: o texto, a fotografia do seu Escorpião de Jade, o seu sentimento de mãe, terra.
infância num alentejo ainda mais a sul, Marie. Fabuloso!
Poetas,
Obrigada.
Marie
Dooooooona Marie, já tem um tempo que acompanho seu blog, e o acho sensacional. Não sei se lembra de mim, mas também estive n'O Sentido Inverso. Acho seus trabalhos fantásticos. Vim para lhe mostrar o meu blog http:\\gavetasreviradas.blogspot.com
espero que goste!
bjs
Thainá
CErto aspecto telúrico nos toca infinitamente...
Que lindo, Marie!
Um privilégio viver essa fase (de mãe e de criança) na Lagoa da foto.
beijos
Coisa mais linda! O post, a foto, tudo...
Aos poucos estou voltando ao mundo cibernético... Mas bem aos poucos.
Beijos
ai que raro, marie!
um tesouro de memoria e uma escrita rica, rica de sensaçoes.
beijo
É um texto real? Essa foto é do André, seu filho? Lindo demais! Uma historia que me transportou um pouco pra minha infância. Só trocaria a pitanga pela siriguela.
beijooo
A história deliciosa é deliciosa de ler e esse menininho aí é um pãozinho de mel.
Beijos
Bárbara
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